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Estamos melhor ou pior? |
Mais uma derrota por números constrangedores, isto se olharmos ao facto da mais uma contratação de um reformado a um lar da terceira idade, esta semana. Aliás há quem defenda a mudança do nome do clube e consequentemente do estádio. Não é que este tenha sido comprado por alguma companhia energética do mais distantes confins, embora até desse algum jeito a estes reformados.
O homem hesitou e coçou o queixo. De um lado, tinha os jovens, do outro os reformados. Todos lançaram as mais variadas questões e pressões, fazendo valer as suas razões.
Não era uma decisão de se tomar de cabeça quente, olhando para o núcleo que constitui o plantel do clube (se é que ele realmente existe).
Os primeiros diziam que estes são a melhor opção, a viável. Sendo que esta poderia estar em risco podendo ocorrer um dano irrecuperável, até mesmo catastrófico. Os reformados agitando as suas faixas recordavam outros tempos, em que clube esteve quase uma dezena de épocas ao mais alto nível, graças ao seu contributo.
O homem voltou a coçar o queixo e postergou a sua última palavra sobre o assunto. Aconselhou-se, reuniu amigos para ajudarem a sua decisão e consultou documentos. Tomou em consideração os cálculos matemáticos em que se baseiam os valores dos jovens e deu uma passeata pelo museu do clube, lendo os números de 6 para cima gravados nas taças. Reflectiu e tornou a reflectir. Tanto os cálculos matemáticos pareciam ser exímios como o museu não estaria a precisar de novas instalações. Na busca incomensurável do consenso, aparentemente uma decisão haveria sido tomada. Houve, claro está, previamente a tradicional escuta da A Portuguesa e aí os protestos dissiparam-se para dar lugar a um momento de sobeja calmaria antes dos canhões rebentarem. Quando rebentou, começou então por percorrer todas as coisas que estão obviamente na origem do problema desde que está onde está, onde ambos os lados estão plenamente de acordo, até ao discurso do optimismo que é preciso cultivar e antevê-se que a tarefa dos primeiros anos irá dar lugar a mais um punhado de anos. Foi intervindo pelo meio variadíssimas vezes: «Estamos melhor ou pior?». Onde todos encolhem os ombros, mas anseiam pelo resto da forma complexa de dizer o que é fácil.
É, obviamente difícil estar em desacordo com os presidentes. No entanto, os protestos irão prosseguir inclinando-se cada vez mais só para um lado: o da estupidez. Enquanto este pára-e-não-arranca, esta bissectriz de milhões que entram com juros astronómicos e jovens de mentes brilhantes cultivadas que saem às paletes como vagões, as soluções de compromisso para agradar a gregos e troianos estão condenadas ao negro carvão enquanto o clube finamente congela.
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2014-02-24 05:44
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Reporter:
Balcom
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