Olá Emanuel! Antes de mais devo de começar por te dar os parabéns pelos teus feitos desta temporada, e como são tantos este pode ser um parágrafo bastante longo!
Muito obrigado, Shadow. Foi uma temporada em grande e, além dos feitos conquistados, fiquei também muito orgulhoso pela reacção positiva que obtive de um grande número de treinadores portugueses que acompanharam o percurso da minha equipa!
Eu tenho aqui apontado no braço todas os troféus que ganhaste e a lista chega quase ao cotovelo, mas gostava de começar antes por um enorme mérito que não vem desta temporada apenas: desde que estás no comando da equipa, há 7 épocas, tiveste 6 subidas de divisão consecutivas! Alguma vez pensaste, no dia em que pegaste na equipa, que ias ser uma espécie de Pelikano 2.0?
Quando entrei na equipa verifiquei que tinha à minha disposição um plantel pequeno mas constituído por jovens de grande potencial, pelo que acreditei que poderia subir várias divisões de forma consecutiva. Herdei esse plantel do anterior treinador da equipa, o BenWalker7 (que agora é conhecido por
Ben1207_), tendo decidido manter o nome original da equipa em sua homenagem. Assim, após contratar mais alguns jovens, uma vez que não gosto de plantéis muito pequenos, o meu maior objectivo nas divisões inferiores foi conseguir evoluir o mais possível os jogadores, enquanto ia subindo mais ou menos à custa da diferença de qualidade do plantel em relação aos adversários.
No entanto, para ser uma espécie de Pelikano 2.0 ainda me falta chegar à divisão principal e ganhar títulos na liga. Por enquanto sou apenas um entre vários que pretendem um dia atingir o estatuto que o
Pelikano tem neste momento.
À entrada para esta temporada, quais eram os objectivos a que apontavas?
Os meus principais objectivos eram conseguir a subida à divisão 1 e chegar o mais longe possível na taça, se possível vencê-la novamente, para poder assegurar a presença na XCL na época seguinte. Quanto à Champions, a meta era essencialmente ultrapassar a fase de grupos.
Começamos pelo primeiro, que mesmo não sendo um troféu, não é todos os dias que uma equipa consegue passar a fase de grupos da XCL. Com um treinador português bem conhecido no grupo, o Nunosa, como é que encaraste esta fase da competição e a passagem?
Foi uma fase de grupos que começou de forma surpreendente logo no sorteio, ao colocar 3 das 4 equipas portuguesas em competição no mesmo grupo. Para além de mim e do
Nunosa, estava também o
Pedropalhao, treinador do
Biqueira de Aço F.C. Esta fase começou muito mal para a minha equipa, com uma
derrota em casa contra uma equipa muito forte, o
Imperial Coban, na altura treinado pelo alemão
Cgabi. Este resultado, associado a um excelente começo da equipa alemã, colocou praticamente de parte a hipótese de lugar pelo primeiro lugar, deixando a luta pelo segundo entre mim e o Nunosa. Depois, o factor sorte esteve do meu lado, uma vez que defrontei tive o
Porto Knights (a equipa do Nunosa) em ambos os jogos numa altura em que eles tinham o
guarda-redes principal lesionado, o que me ajudou e muito em conseguir 4 pontos que foram fundamentais em assegurar a qualificação para os oitavos-de-final. Pode-se perfeitamente dizer que, se não fosse essa lesão, possivelmente não teria conseguido assegurar a qualificação e hoje poderia ser o Nunosa a dar esta entrevista em meu lugar.
Hmmm, deixa consultar o meu braço para ver o que é que vem a seguir… Ah, sim, como é que disputando a liga, taça e XCL, com 3 jogos por semana, conseguiste gerir a equipa para triunfar numa competição de continuidade como o campeonato?
Foi muito complicado, principalmente na manutenção da forma do plantel e a nível financeiro. Durante grande parte desse tempo dava a sensação que, por mais que se treinasse, parecia que a forma estava sempre no mesmo valor ou pior. Em treinos, prémios de jogo e relatórios, julgo que a dada altura gastei cerca de 5 milhões em apenas 3 semanas. Tive que vender um dos jovens jogadores que na altura tinha no plantel para poder continuar a treinar os outros regularmente, senão teria sido mesmo o desastre total. Felizmente que o grande número de jogos acabou por compensar em grande parte algumas formas médias baixas que tive no plantel. Por outro lado, como o
primeiro classificado da minha série não deu hipóteses, vencendo de forma consecutiva nas primeiras 10 jornadas da liga, cedo me via afastado da luta pela liderança, pelo que pude gerir o plantel de forma a assegurar sem grandes sobressaltos o segundo lugar.
Agrada-te mais este modelo de “competição exaustiva” ou preferes as tradicionais ligas privadas com 2 jogos para a liga por semana?
Prefiro o sistema de 2 jogos por semana. Penso que, quer em termos de gestão de forma, com consequências no desenvolvimento dos jogadores no final da época, quer em termos de capacidade financeira para suportar uma equipa durante uma época, o formato de 2 jogos por semana tem mais vantagens que desvantagens. Por outro lado, numa fase com 3 jogos por semana aumenta a probabilidade de perder a hipótese de disputar uma determinada competição devido a lesões, o que dá uma sensação maior de estar dependentes da sorte e do azar. Finalmente, é mais realista estar a jogar 2 vezes por semana do que 3.
Vias esta promoção como um objectivo essencial da temporada ou encaraste como um bónus que ficou disponível a certa altura?
Sim, via como um objectivo, pois é importante chegar à divisão pincipal o mais depressa possível de modo a ter a equipa ainda com uma media de idades não muito avançada e também para garantir que a equipa vai encontrando adversários cada vez mais fortes, o que ajuda em termos de desenvolvimento, quer da equipa, quer do próprio treinador.
Vamos fazer agora uma viragem rápida à taça! Envolvido na liga e na XCL, não pensaste “dispensar” a taça para teres maior controlo do plantel?
Não. Em primeiro lugar, ao ser o campeão em título, sentia a responsabilidade de defender esse estatuto da melhor forma possível. Depois, como não estou na divisão principal, a única maneira de participar novamente na XCL na época seguinte seria ganhar a taça (ou então estar na final com o campeão da divisão principal). Finalmente, porque sentia obrigação em ir longe na taça devido ao elevado nível da minha equipa no contexto actual da Hattrick League, ao contrário da XCL, em que era apenas mais uma equipa forte que estava em competição.
Vendo os jogos que disputaste nesta competição podemos notar que tiveste um percurso incrivelmente tranquilo: sofreste apenas 3 golos em 2 jogos! Qual achas que foi a razão para esta superioridade bastante evidente?
O que verifico é que a maioria das equipas mais fortes que estão nas divisões de topo, ou utilizam a taça essencialmente para rodar jogadores mais fracos, sendo eliminadas precocemente, ou então chegam a uma fase em que têm um jogo decisivo no campeonato e preferem poupar os jogadores de modo a ter a equipa na máxima força na liga. Eu, como tenho uma equipa que tem sido superior à grande maioria dos adversários que tenho apanhado nas minhas séries, posso fazer às vezes o contrário, isto é, poupar os jogadores no campeonato para ter a equipa na máxima força na taça. Por outro lado, a minha equipa é uma das melhores de toda a Hattrick League, o que faz com que possa jogar de igual para igual com qualquer adversário.
Bem, tenho aqui um rabisco na metade superior do antebraço a dizer que por esta altura foste nomeado para Treinador da Semana! Concentrado em tantas competições lembraste-te por algum momento que poderias ganhar este prémio?
Lembrei-me algumas vezes, já que, tendo em conta que estava a disputar 3 jogos por semana, estava aparentemente em vantagem face a grande parte das equipas que participam em ligas oficiais, que jogam apenas 2 ou apenas 1, se tiverem sido eliminados da taça. No entanto, isso é mais difícil do que parece, uma vez que vitórias frente a equipas mais fortes, especialmente fora de casa, são muito valorizadas, e por vezes uma equipa modesta a jogar apenas 2 jogos por semana consegue facilmente ultrapassar equipa que fazem 3, em que pelo menos um desses será normalmente contra um adversário notoriamente mais fraco.
Achas que este prémio ainda faz sentido? Agora com a introdução da equipa do mês, e olhando também as estrelas que um treinador recebe no fim dos jogos, não te parece que a pontuação recebida nos jogos está demasiado dependente de outros factores para além das tácticas realizadas?
Acaba por ser sempre um prémio que está muito dependente da sorte, uma vez que a pontuação devida a um grande resultado tem um peso muito grande, mesmo que resulte de factores aleatórios. No entanto, grandes treinadores têm regularmente ganho este prémio, pelo que, apesar de tudo, acaba por ser uma distinção que premeia a qualidade dos treinadores, especialmente aqueles que se conseguem destacar numa determinada semana. O prémio de equipa do mês acaba por estar ainda mais exposta ao factor sorte/azar, uma vez a sua pontuação não é influenciada em nada pelas escolhas tácticas. Uma vitória num jogo em que se tenhamos mais duas estrelas que o adversário valerá o mesmo que uma vitória no mesmo jogo em que tenhamos menos duas estrelas que o adversário.
Com este prémio a juntar a tantas vitórias que foste somando ao longo da temporada, não é de admirar que acabaste eventualmente por alcançar o top 5 mundial… No meio de todas as conquistas este é uma distinção que ainda tem “valor” para ti? É um objectivo que procuravas activamente alcançar, e agora manter?
Não era o objectivo mais importante. O mais importante, para mim, consiste em ganhar títulos, subir de divisão e evoluir a equipa, com mais ou menos ênfase em cada um dos itens, consoante a equipa que se tem. Claro que é um orgulho ter conseguido atingir o TOP 5 mundial, mas é algo que só foi possível face ao grande número de jogo que tive nos últimos 6 meses e que vem por acréscimo. É óbvio que quero manter essa posição, mas se num determinado momento tiver de escolher entre apresentar uma equipa mais fraca num jogo para poupar alguns jogadores / ajudar no desenvolvimento de outros ou utilizar uma equipa que me permita continuar a vencer e manter um ranking alto, escolherei a primeira hipótese.
Chegamos então ao clímax da temporada com o aproximar da final da XCL. Quanto diferentes são os jogos dos grupos para os jogos da eliminatória desta competição?
Nestes jogos o nervosismo e o receio de falhar são maiores. Enquanto na fase de grupos um jogo mau pode ser recuperado mais tarde, numa eliminatória um resultado negativo é logo meio caminho andado para a eliminação. Nota-se a existência de maiores cuidados defensivos por parte dos adversários, mesmo jogando em casa, já que os golos fora podem ser decisivos.
Houve um momento crucial nesta conquista que foi o relatório de mudança dias antes de um jogo da meia-final. Como fizeste para colmatar esta desvantagem tua em relação ao adversário, num jogo que acabaste por vencer por 3 bolas a 0?
O factor casa, associado ao facto de o adversário ter dois jogadores lesionados, o que o forçou a jogar com um avançado de nível 5 no onze inicial podem ter tido um papel importante no resultado final. Por outro lado, devido a estar a fazer 3 jogos por semana há bastante tempo, a forma média também do plantel já não era a melhor antes da divulgação do relatório de mudança de época, pelo que a diferença não era assim tão significativa. O aumento de nível proporcionado pela evolução, associado ao facto de ter terminado uma série de treinos no dia do jogo terá também ajudado a minimizar os efeitos negativos na performance da equipa nesse jogo. Finalmente, talvez por ter ficado confiante por me defrontar logo a seguir à divulgação do relatório de mudança de época, o adversário resolveu dispor a equipa da mesma forma que jogos anteriores, o que me facilitou a tarefa.
A final foi um jogo bastante equilibrado mas que conseguiste resolver com bastante tranquilidade. Foste logo directo ao relatório ou tiveste nervos de aço para ver o jogo corrido? Como foram os festejos no final?
Vi o jogo corrido, porque é o que faço habitualmente. Considero que o jogo tem muito mais piada desta forma, faz-me lembrar o velho Championship Manager que costumava jogar. Penso que quem prefere ver directamente o resultado está a perder metade da piada dos jogos. Sempre que possível prefiro não saber os resultados até ter oportunidade de ver o jogo completo, em vez de ver directamente o resultado.
A primeira parte foi calma, sem grandes sobressaltos. A segunda começou da pior forma, com o golo do Imperium Sine Fine, e na altura temi o pior. No entanto, a minha equipa teve uma grande reacção, dando a volta num espaço de 2 minutos e quando surgiu o golo aos 81 minutos fiquei ainda mais confiante. No entanto, julgo que só fiquei completamente convencido que ia ganhar quando o relógio passou o minuto 90 e já estávamos nos descontos. Foi uma sensação muito boa, ainda para mais devido às inúmeras mensagens de felicitações, à maioria da parte de treinadores portugueses. Ainda não tive a oportunidade de ler algumas dessas mensagens, uma vez que neste momento cada jogo só mostra os primeiros 30 comentários e o jogo já tinha mais de 50. Foi prometido pelo Wayne que o limite iria passar para 100, pelo que dentro de alguns dias poderei ver finalmente tudo o que foi escrito sobre o jogo. As 23h00 marcaram outro ponto alto desse dia, já que foi a essa hora que o Hall of Fame foi actualizado, e a minha equipa passou a fazer parte dessa galeria de nomes míticos que venceram as provas mais importantes do X11.
Tens algum jogo no meio de toda esta temporada de sonho que queiras destacar?
Destacaria talvez o jogo da
1ª mão da meia-final contra o Hässelby Västra que venci por 3-0, do qual já falámos anteriormente. Apesar de todas as atenuantes que referi, o que é facto é que jogar no dia a seguir à divulgação do relatório de mudança de época deixa a equipa muito limitada e nunca esperava vencer tão folgadamente. Penso que foi após esse jogo que comecei a pensar seriamente que ia à final e que tinha hipóteses de a vencer.
Tendo atingindo o topo do X11, quais são as perspectivas para o futuro? O que te motiva mais a continuar com o projecto da equipa? Como a vês daqui a 5 temporadas?
Neste momento o principal objectivo é chegar o mais depressa possível (de preferência já na próxima época) à divisão principal da Hattrick League. Depois, será uma incógnita o que poderei fazer, já que o grau de dificuldade vai aumentar, para além do facto de não ter experiência neste tipo de competições, já que ainda não participei em nenhuma divisão de topo de uma liga oficial. Mas o objectivo é naturalmente disputar o título e é isso que me motiva mais neste momento à frente da equipa. Em relação à taça, procurarei chegar o mais longe possível, para tentar continuar a participar na XCL. A participação na Champions é mais complicada, já que agora já não tenho o efeito surpresa da época anterior e todos quererão bater o actual campeão. Por outro lado, estarão presentes equipas muito fortes que estiveram ausentes da edição anterior (
Relagalacticos,
Stinta U Craiova,
Unwell (ex- Högsbo United), entre outras, o que dará uma XCL com um conjunto de adversários ainda mais complicados que a anterior. Daqui a 5 épocas a maioria dos jogadores estará com uma idade muito avançada, pelo que tudo dependerá da minha capacidade (ou incapacidade) de rejuvenescer o plantel.
Quem é a pessoa por trás deste treinador que tomou o X11 português de assalto?
Sou alguém que gosta de jogos vituais de futebol, que poucos meses após conhecer este jogo o colocou acima dos restantes, a ponto de abandonar os demais do género. Tenho o cuidado de, de uma forma geral, estudar aprofundadamente a forma como algo se faz para poder não errar e dar as minhas opiniões com conhecimento de causa. Não gosto de dar nas vistas e as minhas intervenções normalmente destinam-se a ajudar os outros e não como forma de auto-promoção ou demonstração de saber. Não gosto da crítica fácil: prefiro perceber o que levou os outros a ter uma opinião diferente da minha, de modo a não agir/comentar de forma extemporânea e injusta.
Obrigado Emanuel pelas respostas, deixa-me dar-te novamente os parabéns, mas tenho impressão que mesmo assim ainda ficaram uns quantos por dar! É difícil exprimir em palavras ou entrevistas a magnitude de todas estas conquistas, mas espero que com esta os nossos leitores consigam ficar em maior sintonia com o que conseguiste fazer com a tua equipa estes últimos tempos!
Obrigado eu pelo apoio e pelos elogios, continua com o bom trabalho no Xpert Daily e boa sorte para as tuas equipas. Boa sorte para os treinadores portugueses e que vençam muitos títulos na próxima época. Boa sorte para o
Pelikano na próxima XCL!